domingo, 9 de janeiro de 2011

A NIGHT AT THE OPERA: release feito por uma fã...

Ficha técnica: Banda Queen
Lançamento: 1975
País de origem: Inglaterra
Estilo: classic rock
Line-up: Freddie Mercury vocais, piano, criação, composição;
Brian May: vocais, guitarra, teclado, harpa, criação, composição,
Roger Taylor, bateria,percurssão, vocais, criação, composição,
John Deacon, bass guitar, composição, criação.


O quarto álbum da banda Queen, lançado após o Queen ( 1973), Queen II ( 1974 ) e Sheer Heart Attack ( 1975), tinha a obrigação de ser um sucesso. Segundo palavras de Brian May em entrevista, se não tivesse acontecido o que acontenceu com o álbum, muito provavelmetne a banda teria acabado, pois a situação era complicada. O problema não era talento, pressão ou qualquer outro motivo. O problema era a questão financeira, afinal eles estavam constantemente sendo prejudicados por péssimos profissionais que o cercavam e estavam mais do que na hora de deixarem de ser apenas “mais uma banda” no mercado, ANATO (nome carinhosamente dado para A nigth At The Opera), ou seja, era um tudo ou nada, na forma mais explícita possível da situação da banda na época.
O álbum acabou se tornando um dos álbuns mais caros da história do showbusiness, e a parceria com Roy Baker só rendeu elogios, prêmios e consagração à banda. O álbum estava pronto e prometia quebrar não só récordes, mais barreiras, mitos e tudo o que eles tinham direito.... afinal havia entre tantas músicas maravilhosas uma em específico que demorava cerca de 7 minutos e mesclava elementos de ópera, rock e conseguia transcender a qualquer coisa já feita no “mundo do rock” ou da música até o presente momento. Ouso dizer, até os dias de hoje.
Por este motivo, a música Boh Rhap (nome carinhoso dado a Bohemian Rhapsody que foi considerada um suicídio musical na época e até nos dias atuais... Isso simplesmente porque era uma música que mistura rock com partes operísticas e dura mais que 7 minutos...
Em 21/12/1975, o álbum foi lançado e o mundo pode desfrutar de uma das mais perfeitas personificaçãodo quarteto através de várias músicas ímpares, em qualidade técnica, musical, vocal,e artística, que finaliza brilhantemente com a versão de God Save The Queen... música que sela a majestade do álbum e da banda. Após este álbum, a banda assumiu defintivamente seu lugar de realeza musical o qual nunca mais saiu. O álbum trouxe tudo o que o Queen queria, traduzidos nos sonhos imaginados por Freddie Mercury no início da carreira; A banda conseguiu status, dinheiro, destaque, fama, e se tornou uma lenda.
ANATO foi um sucesso absoluto e estrondoso ao redor do mundo, ganhando todos os prêmios possíveis e criados, como o disco de platina triplo( em vários lugares), ouro, diamante, e foi considerado por muitos críticos musicais e artístas como um dos melhores álbuns de todos os tempos na história da música.

A Night at the Opera surgiu como um álbum inovador e com muita mistura de estilos, desde o rock, pop indo até o folk tradicional. Com Roger Taylor na bateria, John Deacon no baixo, Brian May na guitarra e Freddie Mercury nos vocais, o álbum veio para mostrar a capacidade do Queen de inovar e de criar coisas novas, influenciados principalmente por bandas que costumavam fazer isso em seus discos, como os Beatles, por exemplo, em sua segunda fase (citaria álbuns como o Rubber Soul (1965), Revolver (1966), Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) e Abbey Road (1969)).
O Queen voltava do sucesso de seu álbum anterior Sheer Heart Attack, no qual o single Killer Queen foi um sucesso mundial. Porém, havia um problema: estavam sem um tostão, e queriam saber o porquê disso.

Death on Two Legs (Dedicated to...) (Freddie Mercury): Freddie compôs essa música como uma forma de mostrar sua insatisfação com o produtor da banda. Ele achava o produtor era o responsável pela crise financeira que a banda estava passando e que não estavam pagando suficientemente bem os integrantes do Queen.
A banda ficou surpresa com a agressividade de Freddie na música, mas era isso que o vocalista queria mostrar, sem se importar com possíveis críticas.
Então, o problema foi resolvido: John Reid foi contratado como novo produtor.
Nessa música percebe-se toda a raiva e indignação de Freddie com uma melodia forte e que mostrava o que ele realmente estava sentindo. (repare na ironia do título).

“You suck my blood like a leech
Você sugou meu sangue como uma sanguessuga
You break the law and you breach
Desrespeita a lei e escapole,
Screw my brain till it hurts
Esquenta minha cabeça até ela doer
You've taken all my money and you want more…”
Já levou todo o meu dinheiro e ainda quer mais!

Lazing On a Sunday Afternoon (Freddie Mercury): O Queen sempre gostou de fazer inovações, de arriscar, o que era (e ainda é) um pouco perigoso no mundo da música mas, de certo modo, eles não tinham medo.
Lazing On a Sunday Afternoon é uma música inovadora, diferente. Para essa música eles queriam experimentar novos sons, novos efeitos... A voz de Freddie sairia como se fosse um Megafone, muito usado antigamente. Porém isso exigia certo trabalho dentro do estúdio: Freddie cantava, o console enviava aos microfones que estavam dentro de uma lata e esse som era o gravado.

“I go out to work on Monday morning
Eu saio para trabalhar na 2ª feira de manhã.
Tuesday I go off to honeymoon
3ª feira eu parto em lua-de-mel.
I'll be back again before it's time for sunnydown
Estarei de volta antes de escurecer,
I'll be lazing on a Sunday afternoon”
Estarei vadiando numa tarde de domingo !

I’m in Love with My Car (Roger Taylor): Quando Taylor entregou uma gravação tosca dessa música feita por ele, chegaram a pensar que ele estava brincando, mas I’m in Love with My Car tinha um quê diferente, que lembrava muito o rock n’ roll antigo.
A música conta a história de um carro e de alguém apaixonado por ele. Posso dizer que Roger se usou como inspiração, pois é apaixonado por carros, ditos na música como “Amigos de quatro rodas”.

“Told my girl I’ll have to forget her
Disse a minha garota que terei que esquecê-la
Rather buy me a new carburetor
Prefiro comprar um novo carburador
So she made tracks sayin’
Então ela saiu dizendo
This is the end now
Que isso já era o fim
Cars don’t talk back
Carros não respondem de volta
They’re just four wheeled friends now”
Eles são apenas amigos de quatro rodas

You’re My Best Friend (John Deacon): Deacon sempre foi um homem muito calado e tímido. Todos o incentivavam a compor, principalmente Freddie. Nessa música, ele saiu do silêncio e escreveu esse simples pop com melodia agradável e uma bela letra, aonde a fonte de inspiração não se sabe ao certo, mas tudo indica que foi feita para a sua esposa.

“I've been with you such a long time
Eu estou com você há tanto tempo.
You're my sunshine and I want you to know
Você é o meu sol, e eu quero que você saiba
That my feelings are true
Que meus sentimentos são verdadeiros,
I really love you
Eu realmente te amo.
Oh you're my best friend”
Oh, você é a minha melhor amiga.

‘39 (Brian May): Naquela época ter uma música como single significaria que seria ouvida de uma forma mais extensa e, de certa forma, marcaria a vida das pessoas como uma espécie de trilha sonora. Uma das maiores tristezas de Brian foi '39 não ter se tornado um single.
A música conta a história de um homem que estava indo embora em uma nave espacial para conhecer outros mundos no espaço, e com o efeito do relativismo conseguia se mover na mesma velocidade que a luz (só para constar, Brian é físico formado). No meio da música há uma parte vocal que retrata a jornada no espaço.
O viajante retorna pensando que se passou apenas um ano, mas na verdade passaram-se 100.
(uma informação extra: No show do Queen + Paul Rodgers aqui no Rio, e que eu fui, a platéia cantou de uma forma inesperada, até para a própria banda, a música ‘39, como se fosse um single - Acho que o sonho de Brian se tornou realidade...)

“In the year of '39 came a ship in from the blue
No ano de trinta e nove veio um navio do azul
The volunteers came home that day
Os voluntários chegaram em casa naquele dia
And they bring good news of a world so newly born
E trouxeram boas notícias de um mundo recém nascido
Though their hearts so heavily weigh
Embora seus corações estivessem tão pesados
For the earth is old and grey, little darlin’, we'll away
Pois a terra está velha e cinza, querida, nós vamos embora
But my love this cannot be
Mas meu amor, isso não pode ser!
For so many years have gone though I'm older but a year
Oh tantos anos se passaram embora eu esteja mais velho que um ano
Your mother's eyes, from your eyes, cry to me”
Os olhos de suas mães choram por mim

Sweet Lady (Brian May): Sweet Lady foi feita em compasso ¾, muito utilizado em valsas e pouco comum em rock n' roll.
Nessa música, Brian quis falar sobre os relacionamentos que viveu (provavelmente, não foram boas experiências) e também sobre o relacionamentos de pessoas ao seu redor.

“You call me up and treat me like a dog
Você me telefona e me trata feito cachorro
You call me up and tear me up inside
Você me telefona e me trucida por dentro
You've got me on a lead
Você me tem na coleira
Ooh you bring me down you shout around
Ooh você me arrasa, você grita comigo
You don't believe that I'm alone
Você não me deixa sossegado
Ooh you don't believe me”
Ooh você não acredita em mim

Seaside Rendezvous (Freddie Mercury): Uma das características de Freddie era a teatralidade, a capacidade de mostrar emoções...
Em uma certa tarde de domingo, Freddie e Roger estavam “brincando” na casa do primeiro: Taylor batia os dedos em uma mesa de metal e Mercury fazia os sopros, daí nasceu a Seaside Rendezvous, que mistura uma teatralidade com algo bastante criativo.

“Seaside whenever you stroll along with me
A beira mar não importa quando passeias comigo
I'm merely contemplating what you feel inside
Estou meramente contemplando o que você sente por dentro
Meanwhile I ask you to be my Clementine
Enquanto isso eu lhe peço que sejas minha Clementina
You say you will if you could but you can't
Você diz que irá se puder, mas você não pode
I love you madly
Eu te amo loucamente
Let my imagination run away with you gladly
Deixo minha imaginação fugir com você alegremente
A brand new angle highly commendable
Um novo ponto de vista altamente recomendável
Seaside rendezvous”
Encontro à beira-mar

The Prophet’s Song (Brian May): Certa noite, Brian teve um sonho estranho sobre um profeta e com uma melodia que ficou em sua cabeça: “Oh, people of the earth!”.
No início a música iria se chamar People of the Earth, mas tarde o nome foi mudado.
A música começa com um sopro, que na verdade, se trata do ar-condicionado do estúdio com um microfone preso. Mas ou menos no meio da música até o final há um efeito de atraso (delay), em que a voz e os instrumentos parecem ser repetidos como um eco, o que dá maior grandeza à música.
Pode-se notar também uma grande influência da música japonesa.

“I dreamed I saw on a moonlit stair
Eu sonhei que vi numa escada enluarada
Spreading his hand to the multitude there
Esticando sua mão para a multidão ali presente
A man who cried for a love gone stale
Um homem que clamava por um amor perdido
And ice cold hearts of charity bare
Um coração frio desprovido de caridade
I watched as fear took the old man's gaze
Eu observava enquanto medo tomava o olhar do ancião
Hopes of the young in troubled graves
A esperança dos jovens em túmulos desassossegados
'I see no day' I heard him say
Não vejo nenhum dia' eu o ouvi dizer
So grey is the face of every mortal”
Tão cinzento é o rosto de cada mortal

Love of My Live (Freddie Mercury): Freddie era um homem muito romântico e gostava de escrever sobre coisas que aconteciam com ele. Um desses exemplos é Love of My Live.
Essa música foi escrita para a ex-esposa de Mercury, Mary Austin a quem ele amou muito e que se tornou uma de suas melhores amigas até a morte. Com uma harmonia e vocais maravilhosos e com uma bela letra, dá para se ver o tamanho do amor e que, realmente, ela era o amor de sua vida.
Curiosidade: Nos shows da mais recente turnê (2008), Brian canta essa música para Freddie, como forma de trazê-lo de volta para ele e para o público. (No show aqui no Rio (2008), a platéia repetiu o feito do Rock in Rio 1985, trazendo a banda às lágrimas. Eu não me contive e comecei a chorar também!).

“When I grow older
Quando eu envelhecer,
I will be there at your side to remind you
Eu estarei ao seu lado para lembrar-lhe
How I still love you I still love you”
Como eu ainda te amo, eu ainda te amo

Good Company (Brian May): Nessa música foi utilizado um Ukelele-Banjo, pertencente ao pai de May (inspiração para a música).
Foi no Ukelele-Banjo que Brian aprendeu os primeiros acordes, onde adaptou para a guitarra.
Essa música teve grande influência das bandas de Jazz. Para imitar os efeitos de trombones, trompetes e outros instrumentos foram feitas várias gravações separadas de guitarra, aliás essa é uma das técnicas que viraram marca registrada de May.

“Take good care of what you've got
Cuide bem daquilo que tens
My father said to me
Meu pai sempre me dizia
As he puffed his pipe and baby B
Enquanto fumava seu cachimbo e o bebê B
He dandled on his knee
Ele o embalava no colo
Don't fool with fools who'll turn away
Não vá se meter com os tolos que irão se afastar de ti
Keep all good company oohoo oohoo
Mantenha as boas companhias
Take care of those you call your own and keep good company”
Cuide bem daqueles que você chama de seus e mantenha as boas companhias


Bohemian Rhapsody (Freddie Mercury): Antigamente (indo até os dias de hoje), um single não podia passar de três minutos, se passasse, poderia parecer que o DJ tinha ido ao banheiro e esquecido de voltar. Então, arriscar pôr uma música como Bohemian Rhapsody era um sinal de ousadia, e ousadia era a palavra que traduzia essa obra prima composta por Mercury.
Acho que essa faixa é o ponto alto do disco: essa mistura de ritmos, a letra forte e a emoção... Perfeita!!!
A interpretação dessa música pela letra, não é uma coisa muito fácil de fazer, pois no final os sentidos não se unem, mas após a morte de Freddie dá para fazer uma interpretação: a música poderia contar a história de como era ser um gay, que queria ser tratado de forma igual e que quer ser livre indo para qualquer lugar em que o vento sopre. Claro, que talvez essa não seja a real inspiração. A única forma de saber seria perguntando ao próprio Freddie, que infelizmente não está mais entre nós.

Curiosidade: Freddie odiava responder a perguntas sobre a inspiração utilizada para a composição das canções e nunca respondia!

“Nothing really matters,
Nada realmente importa
Anyone can see,
Qualquer um pode ver
Nothing really matters,
Nada realmente importa
Nothing really matters to me.
Nada realmente importa pra mim
Any way the wind blows.”
E de qualquer forma o vento sopra...




POR FALAR EM BOH RHAP:

O que contribuiu para este sucesso inenarrável, foi sem dúvida a música que até hoje é considerada a “melhor música pop de todos os tempos”: Bohemian Rhapsody.
Bem, como já falei anteriormente, este novo trabalho da banda carregava uma ansiedade sem igual, pois ele tinha que dar certo, segundo os próprios membros da banda, era literalmente o divisor de águas, onde a banda tinha dois caminhos: ou vencer e se firmar como uma grande banda, ou vencer. Esta necessidade desesperada em acertar, é considerada por muitos, a força impulsora deste álbum incomparável.
Entre tantas músicas apresentadas para o novo álbum, não pode-se em hipótese alguma esquecer Boh Rhap, considerada pelos críticos e entendidos como a melhor música pop do século. Seu criador, Freddie apresentou-a aos poucos para os membros da banda, e em um determinado momento lhe foi perguntado o porquê de tantas lacunas. Sua resposta na época foi: Porque isso será a parte da opereta.
A resposta de Roger, Brian e John, foi unânime: um sonoro Hum??? com direito a sobrancelha levantada, e tudo...
Depois de concluída a parte vocal, piano, percussão etc... Freddie acrescenta os backing vocais, fornecendo aos membros da banda um guia do que queria.. e ele sabia muito bem o que queria, e o que estava fazendo e onde queria chegar. Esta é sua genialidade em relação a Boh Rhap: imaginar, compor e concretizar o projeto.
Há quem diga que a música é o filho dele, e o resto da banda, apenas ajudou-o a trazer a mesma ao mundo.
A parte vocal durou cerca de 3 semanas para ficar pronta. Freddie dizia a Roy T. Baker que a opereta ia durar uns 30 segundos, o que levaria cerca de 7 dias de trabalho pra editá-la e Roy, no começo, disse não ter tempo para terminá-la pois já haviam estourado o prazo da gravadora...e acrescentou certa vez, que todos os dias, Freddie aparecia com mais alguma coisa. Ele dizia: Queridos, tenho mais alguns galileos pra vocês... Isso tomou tamanha proporção, que foram cerca de 12 horas diárias de ensaios e gravações até ficar exatamente como ele havia imaginado.

Mesmo assim, nenhum deles tinha ao certo noção de como ficaria a música, onde ela começava e onde terminava, pois foi preciso emendá-la toda... Depois de pronta, o primeiro grande obstáculo, foi mostrá-la aos executivos da EMI, que acabaram achando Freddie um louco e propuseram que a mesma foi modificada substancialmente, no tamanho, estrutura, etc...
Gary Langlan, operador de estúdio se lembra que todos na banda estavam obssecados por esta música e com um certo toque de arrogância, decidiram que ela seria lançada na íntegra, sem mudar nada.
Apesar de muito bela, ela foi rotulada como a música que jamais venderia ou tocaria numa rádio, devido a parte da opereta e principalmente pelo tamanho da mesma, o que a fazia nada comercial.
Kenny Everett, DJ da rádio de Londres, tocou-a umas três vezes em um dia somente, em momentos distintos, só pra ver a reação do público ouvinte que acabou sendo maravilhosa.
Descoberto que a música agradava, pelo menos algumas pessoas, a EMI liberou-a em 31/10/75, data do nascimento oficial desta obra de arte... Acabou ficando durante 9 semanas em primeiro lugar no Top britânico, e voltou ao Top americano, por mais 5 semanas, após a morte de Freddie em 1991.
Depois do estrondoso sucesso de estréia, essa não música não poderia “passar em branco”. Assim, inovando o cenário musical, agora no formato da T.V., a mesma recebeu um cuidado especial, o que hoje é mundialmente conhecido como videoclipe.
Em 1977 recebeu seu primeiro prêmio individual: A melhor música pop britânica dos últimos 25 anos. Hoje, além deste título, Bohemian Rhapsody, detém o título nada mais que justo, da melhor canção de todos os tempos.


O interessante sobre a música, é que oficialmente não se tem uma explicação lógica da mesma. Freddie, seu criador, certa vez chegou a dizer que ela nada mais era do que a combinação “feliz” do acaso das rimas. Já Brian May, em entrevista, chegou a conferir a mesma as questões pessoais e personalidade do próprio Freddie, que era complexo, irreverente, engraçado, trágico, inseguro, tudo isso misturado... bem como uma ópera.
Em 2004 a música entrou para o salão da fama do grammy... e voltou a ser reeditada, ganhando um especial na BBC de Londres em 2005.
Como é uma música repleta de excelência, nada mais justo do que caber a ela, o título de primeira música a virar videoclipe. Quando estreou em 75, a banda havia sido convidada a apresentar-se no programa “Top of the pops”, mas por serem inovadores, não desejavam apenas apresentar-se, mas fazer algo diferente, como um filme promocional da sua nova canção e decidiram falr com Bruce Gowers, promotor de filmes britânico. Reuniram-se nos estúdios Elstree para ensaiar a nova tour e começaram a filmar o que seria o clipe. Gowers relembra que chegou por volta das 7:30 p.m e que usou o que ele chamou de “ecos visuais” para a parte da opereta, mas a gravação em si foi algo muito simples.
O clipe, que se inicia com a imagem da capa do álbum Queen II, destaca-se pela iluminação e efeitos visuais. Apesar de simples, foram gastos cerca de três horas para gravar tudo, e mais umas 5 horas para edição.
Brian May, ao ver o vídeo pela primeira vez, disse que a sensação da banda foi muito boa, todos adoraram, pois sentiram que o clip dava vida a canção. Foram gastos 4.500 libras (o que era um absurdo na época). Em 20/11, no programa “Top of the pops”, estreou o filme, ou seja, o clipe que mudou o rumo da TV e do mundo musical.
A acolhida do público foi algo indescritível, e se a música já era uma inovação, ela marcou definitivamente uma época. Boh Rhap, como é carinhosamente chamada, vendeu mais de 1300000 cópias somente na grã-bretanha, rendendo-lhe o disco de platina. A partir dela, clipes começaram a ser mais utilizados por músicos e artistas.
Após 30 anos de sua estreia ao cenário musical, com tecnologia, evolução e tudo mais, Boh Rhap não perdeu sua majestade, o que a torna incomparável musicalmente: seja na estrutura harmônica, letra, ousadia e talento de composição, execução vocal ou como diriam os menos técnicos, porém mais efetivos: na genialidade de Freddie Mercury.

Algumas curiosidades sobre Boh Rhap. Na década de 70, usava-se LP e compacto (um disco de vinil com uma ou duas músicas em cada lado).
Quando Boh Rhap foi lançada, para a prensagem do compacto, a banda necessitava escolher outra música para o lado B, Roger, baterista da banda, pediu que colocassem sua música solo: I'm love with my car, hit que eternizou o baterista loiro, favorito das garotas.

Apesar de cantar muito bem, lançamentos deveriam ter como vocais Freddie, o que não acontecia nesta canção. Pois bem, conta a lenda, que Roger tanto fez, que chegou a dizer que se trancaria em um armário. Como ninguém acreditou, ele assim o fez e ficou lá até Freddie concordar que sua música seria o lado B de Boh Rhap. Esta história é contada por Crystal (ex-roaddie de Roger). Se é verdade ou não, não podemos confirmar, mas que I'm love with my car é o lado B de Boh Rhap... isso é!!!


God Save the Queen (Brian May): O Hino Nacional Britânico serviu como uma guia para essa música instrumental e que foi gravada para ser o adeus do disco e que se tornou o adeus dos shows.

P.S.: A HISTÓRIA DO NOME DO ÁLBUM:
Sempre achei que A Night at the Opera tinha esse nome por causa de Bohemian Rhapsody, porque tem um quê operístico e tal, e não estava totalmente errada, mas tem mais história.
O nome vem de um filme dos Irmãos Marx, que foi assistido pelos integrantes do conjunto. Na hora que o viram, Roger Taylor e Freddie Mercury se entreolharam e pareciam pensar a mesma coisa: “-That’s a good name!”, pois estavam pensando em um nome que lembrasse algo lírico, como feito em Bohemian, e ficou esse.
Curiosidade: Alguém marcou um almoço com Groucho Marx e foram Brian, Roger e Freddie (John ficou com medo). Lá, durante o almoço, apareceu uma pianista que começou a tocar algumas músicas. De repente, Groucho, parou e disse para eles tocarem, já que eram músicos.
Eles disseram que não poderiam, pois não haviam trazido nenhum instrumento. Aí, surge uma guitarra espanhola antiga, e eles tocaram a ‘39 para um dos Irmãos Marx.

Fontes de pesquisa: Revista Roadie Crew – ed. Nº 100
Blog: pipoca com Miojo (ou com atum, batata, jabuticaba...- autora: Amanda Lourenço)


Edição: Lady Taylor


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