sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Falando do Untold History... Por Odilon Correa.


“The Untold Story” e Algumas Pertinências





Como não deixar de imaginar centenas de coisas em nossas mentes quando olhamos para o rosto do DVD mais cobiçado entre os fãs de Freddie Mercury, nos últimos tempos, pelo menos aqui no Brasil, diga-se de passagem! Quantas devem ser as curiosidades existentes tanto por aqueles que conhecem essa inspiração e alegria quanto por aqueles que ainda estão engatinhando rumo à verdadeira essência do Queen. Tantas dúvidas, tantas curiosidades, tantas emoções.
Antes de continuar, um breve parêntese: por mais que tentemos traçar uma linha – convincente – da vida de Freddie, por mais que tentemos dizer coisas e mais coisas sobre isto ou aquilo, não se engane se, algum dia, você se decepcionar com tudo que procurou sobre a vida deste grande músico. A razão é muito clara: muitas vezes, existem coisas que, por mais que elas sejam ‘garimpáveis’, não podem ser ditas, pois, para muitos, não é do respeito daqueles querem ser ‘experts’ em se tratando de Freddie.
Para um fã recém-iniciado no mundo do Queen, poucas coisas bastam: assistir a este documentário; ler o livro do Jim Hutton; assistir um ou dois documentários do Queen e basta. Por quê? Muito simples: por que você vai se preocupar em querer saber sobre coisas que não fazem sentido, além de toda essa iniciação (sem levar em conta os CDS e DVDs do Queen / Freddie / Brian / Roger)?
Cabe-me a explicação de que o sentido aqui, não é algo minoritário, que menospreza a honra de ninguém, e sim, algo palpável, digo, quando se fala em Freddie, o iniciado deve ter as noções simples, básicas, sobre ele, exemplo: onde nasceu, quando começou a cantar, quais foram suas bandas antes do Queen, quais são suas músicas inéditas, onde foram os seus melhores shows, quem eram seus amigos e inimigos, e por fim, onde, quando e como morreu. Você não acha que isso já não é bastante informação? Pois bem...
Voltando ao ‘cobiçado’, gostaria de mencionar alguns detalhes que são pertinentes neste DVD. Basicamente, o documentário tem quase duas horas de duração, onde a vida de Freddie é esmiuçada por pessoas muito próximas dele (justifica-se o subtítulo do documentário: “Por aqueles que o conheciam melhor”). Algumas delas: Brian May, Mary Austin, kashmira Cooke, Jer Bulsara, Peter Strake e Jim Hutton.
Você deve estar se perguntando, quem são os que eu não conheço? Calma! Eu explico. Brian May, claro, além de guitarrista do Queen, foi uma das pessoas que teve bastante contato com Freddie, desde o ‘início-meio-fim’ do Smile até o derradeiro momento. A Mary Austin, que é a pessoa mais importante no livro do Jim Hutton, além do Freddie, é a namorada que mais ele se deu bem em toda a sua vida; é a principal pessoa que ficou com todos os pertences dele; é a pessoa que chutou o Jim Hutton do Garden Lodge, após a morte dele; e, por fim, é a pessoa que não o viu morrer. (Desculpe-me, a minha relação com a Mary é muito áspera!). Kashmira Cooke é nada mais nada menos que a irmã de Freddie, por isso ele merece consideração. Jer Bulsara é a pessoa mais importante, pois se trata justamente da mãe do astro, a pessoa que, por mais que não tenha participado do final de sua vida, o conhecia com a palma da mão e o queria muito. Peter Strake é um paradoxo: pois, no início, ele é o maior amigo de Freddie que, no final, se torna uma verdadeira decepção (os ‘comos’ e ‘por quês’, você encontra no livro do Jim). E, finalmente, Jim Hutton, a principal pessoa que viu, viveu, sentiu e amargurou todos os momentos finais da vida de Freddie.
Essas são algumas das pessoas que o conheciam melhor.
Seguindo a análise minuciosa, o documentário divide-se em onze partes. Lá vão elas!
A primeira parte é, logicamente, o início de sua vida. Sua mãe e sua irmã, falam sobre coisas de época, como: o local do nascimento, a vida da família e a infância de Freddie. Tudo isso misturado com muitas fotos e alguns trechos de músicas como ‘Guide Me Home’ e ‘Going Back’.
A segunda parte entra em um assunto mais fora do comum para nós. Fala sobre sua vida escolar. Com entrevistas do diretor da escola a qual estudou, com a mãe e com uma tia. Regado a ‘Love Kills’, ‘Mustapha’, ‘BohRp’ e ‘There must be more to life than this’.
A terceira parte entra nos detalhes sobre a mudança da família Bulsara da Índia para a Inglaterra, além de citar o choque cultural sentido por todos, principalmente Freddie. De fato, muito interessante.
A quarta parte abrange a habilidade artística de Freddie. Com mostras de algumas pinturas e desenhos feitos por ele, além de ressaltar a sua formação acadêmica na área de Artes Plásticas e Design. Ouve-se ‘Mr. Bad Guy’!
A quinta parte apresenta o início de sua carreira de cantor nas bandas Ibex, Wreckage e Smile. Ouve-se ‘Doing Alright’.
A sexta parte entra no assunto mais difícil de sua vida: amores e sexualidade. Sua vida com Mary Austin, detalhada por ela mesma. Pano de fundo à lá ‘Love of My Life’.
A sétima parte é mais leve. Trata das festas e festinhas dadas por Freddie e pelo Queen. ‘Living on My Own’ ao fundo!!!
A oitava parte já o apresenta como o astro que faz a diferença. Mostra suas criações e combinações de roupa nos palcos, com atenção especial às imagens de Wembley 86. Ouve-se ‘It’s So you’.
A nona parte faz menção aos vídeos feitos por Freddie. Contando com uma emocionante entrevista de Montserrat Caballé. Faixas exclusivas encontradas em uma fita no Garden Lodge.
A décima parte trata mais sobre sua vida nas cidades: Londres, Nova Iorque, Munique. Comenta-se também sobre os motivos de sua vida dupla em Londres e Munique (estes detalhes também são achados no livro do Jim Hutton). Ao fundo, um mix de ‘Let’s turn it on’ com ‘Life is real’, ‘Staying Power’ e ‘New York’ (Sinatra!!!).
A parte final tem toda a atenção e dedicação relatada por Jim Hutton e Peter Freestone (Phoebe!!!). Estas são as pessoas com maior autoridade para dizer tudo sobre o fim da vida de Freddie. Contudo, Phoebe, infelizmente, morreu pouco depois da morte de Freddie, por isso, a única autoridade remanescente que pode dizer e desdizer algo sobre ele é o Jim. Ao fundo, ‘In my defence’ passa melancolicamente.
Afinal, caríssimos, este documentário revela-se entre altos e baixos, picos de montanhas e vales profundos e muitos amigos.
Se antes já havia certa curiosidade frente a este tão cobiçado DVD, eu faço o favor de lhes aguçar ainda mais, porque não é sempre que conseguimos ver e ouvir relatos emocionantes e alegres sobre uma vida simples e agitada. Talvez, a nossa ambição por este documentário esteja ligada não ao fato da vida de Freddie, mas sim, à comparação que podemos fazer com a vida que ele teve com a que a gente tem. Para alguns, quem sabe, saber sobre isto ou aquilo acerca de Freddie serve apenas como válvula de escape para fugirmos de nossa própria vida, de nossa própria realidade. Talvez, muitos de nós queiramos espelhar os nossos fracassos com os sucessos floridos de uma pessoa que tanto temos paixão e/ou admiração.
É pertinente um fã do Queen e de Freddie querer encontrar tal sensação. Assim como talvez também seja pertinente gastar muito além de duzentos ou quatrocentos reais para obter não somente este DVD, mas todo o set box com 10 CDs e 2 DVDs.
Também é pertinente acreditar ou dar crédito a tudo que está escrito aqui, por todas as informações trazidas, sem mesmo ter sido assistido o desejado documentário. Imagine se eu o assim tivesse feito. Imagine!!!
Aos fãs, divertimento.
Aos iniciantes, muitas descobertas.
Aos demais, um forte abraço.

Odilon Correa.

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